Gaming Disorder: O que é, seu impacto e consequências em crianças e adolescentes.
Saiu no Estadão do último dia 5 de agosto de 2023 uma reportagem sobre a chamada “Gaming Disorder”, o vício das crianças de 9 a 10 anos de jogar online e os impactos negativos do seu uso em excesso como prejuízos no convívio familiar, na escola, distúrbio no sono e no humor. O mesmo prejuízo se observa com o uso exagerado das redes sociais por crianças e adolescentes e isso tem se tornado uma preocupação crescente para pais, educadores e profissionais de saúde mental. Enquanto a tecnologia pode oferecer benefícios e oportunidades de aprendizado, seu uso descontrolado pode ter impactos negativos significativos no comportamento psicológico e emocional das jovens gerações. Abaixo coloco alguns exemplos dos prejuízos que podem decorrer:
1. Isolamento Social e Redução da Interatividade Presencial: O uso excessivo de videogames e redes sociais muitas vezes leva a uma diminuição no tempo dedicado a interações sociais face a face. Isso pode resultar em isolamento social, dificuldade em estabelecer conexões reais e falta de habilidades de comunicação interpessoal. A falta de contato pessoal pode contribuir para sentimentos de solidão e ansiedade.
2. Impacto na Saúde Mental: A exposição constante a imagens idealizadas nas redes sociais pode levar a comparações negativas e baixa autoestima. Além disso, o tempo excessivo dedicado a videogames violentos ou conteúdo perturbador pode aumentar o risco de desenvolver problemas de saúde mental, como agressão, depressão e ansiedade.
3. Distúrbios do Sono: O uso excessivo de telas, especialmente antes de dormir, pode interferir nos padrões de sono das crianças e adolescentes. A exposição à luz azul das telas pode inibir a produção de melatonina, o hormônio responsável pelo sono, levando a dificuldades de adormecer e a um sono de má qualidade. Isso, por sua vez, pode afetar o humor, o desempenho acadêmico e a saúde em geral.
4. Vício em Tecnologia: Videogames e redes sociais são projetados para serem envolventes e recompensadores, o que pode levar a comportamentos de vício. O uso excessivo pode levar a dificuldades em controlar o tempo gasto nessas atividades, negligenciando responsabilidades e atividades mais saudáveis.
5. Impacto no Desenvolvimento Cognitivo: O uso excessivo de telas pode afetar negativamente o desenvolvimento cognitivo, especialmente em crianças em idade escolar. O tempo gasto em videogames e redes sociais muitas vezes substitui atividades mais educativas, como leitura, estudo e exploração do mundo real.
6. Promoção de Hábitos Sedentários: O tempo gasto em frente às telas muitas vezes está associado a um estilo de vida sedentário, o que pode contribuir para a obesidade e problemas de saúde física. A falta de atividade física também pode afetar negativamente o bem-estar emocional das crianças e adolescentes.
Definitivamente a tecnologia se tornou uma parte integrante da vida moderna e traz inúmeros benefícios (lazer, aproximação e contato entre amigos e familiares separados por distâncias, ferramenta importante para melhorar e democratizar o acesso à educação, etc) mas é importante reconhecer e abordar os impactos potencialmente negativos do uso excessivo de videogames e redes sociais, especialmente em crianças e adolescentes. O grande desafio é educar as jovens gerações sobre o uso equilibrado da tecnologia, e procurar incentivar muito as atividades presenciais e promover um ambiente de apoio e comunicação aberta sem a presença de telas, principalmente em determinados momentos, tanto no convívio familiar como na escola. Esses são passos importantíssimos e essenciais para mitigar os riscos associados ao comportamento psicológico deletério relacionado à tecnologia.
Por favor, mais convívio, mais diálogo, mais natureza e menos tela!